Para aqueles que gostam de futebol, entre os quais eu me incluo a retirada do Ronaldo, significa que alegria do futebol será menor, bem menor.
Ronaldo começou profissionalmente sendo chamado de Ronaldinho, por causa da idade (16) e tamanho. No campo, entretanto, não se apresentava com o diminutivo “inho” apesar da idade apenas 16 anos e magreza, jogava futebol de gente grande.
Logo vieram os zagueiros com as pancadas, sopapos, pontapés, empurrões, rasteiras, carrinhos e violência na tentativa de pará-lo. Na maioria das vezes Ronaldo os driblava com a malandragem própria do futebol, ginga própria dos brasileiros e dribles desconcertantes.
A violência dos zagueiros tirou Ronaldo do campo por duas vezes gravemente. Parecia impossível voltar, como um Fênix, ele voltava para o pavor dos zagueiros. Deixou de ser Ronaldinho, tornou-se Ronaldo, O Fenômeno.
Ronaldo porem continuou como Ronaldinho, como criança, sorria sempre e trazia alegria para o futebol com seus dribles e gols divinos.
Mudou Ronaldo, foi para o ortodontista, consertou os dentes, perdeu o sorriso. Engordou, perdeu a agilidade e capacidade de driblar e decidir os jogos como antes fazia. Passou a ser chamado desrespeitosamente de Ronaldo, o gordo. Ainda assim alegrou os corintianos com a mesma arte e alegria em dois campeonatos.
Para o mundo competitivo como é o futebol, Ronaldo disse que parou por que chegou ao seu limite.
Não conheço um atleta que tenha tido vida longa. Ao contrario parece que quem vive muito, são aquelas velhinhas que se reúnem para tomar chá, comer bolo recheado cheio de glacê e chocolate e não aquelas velhinhas que vão para academia.
Ronaldo está certo. O futebol como jogado nos nossos dias deixou de ser brincadeira. Tornou-se uma violência para o corpo, porque leva os jogadores a irem alem dos seus limites físicos e psicológicos.
Todos nós lembramos daquela atleta suíça, ao fim da maratona olímpica, chegou toda entortada pelo esforço absurdo que seu corpo fora submetido.
Todo ser humano tem limites físicos, emocionais, espirituais. Se extrapolarmos na nossa justiça, ela se torna perversidade. Se extrapolarmos nas nossas aceitações, perdemos a nossa identidade e caráter. Se extrapolarmos nas nossas exclusões nos tornamos frios, insensíveis. O limite para o pecado é a morte.
Todo extrapolação é resultado do desequilíbrio que o pecado nos traz. Sempre extrapolamos no pecado nunca no nosso amor a Deus ao próximo. O caminho para uma vida de equilíbrio está em Cristo. A vida ganha sentido quando somos absorvidos em Cristo, então todo exagero é aplainado na nossa alma e tudo que nos falta será pelo Senhor acrescentado.
Naamã Mendes